Atualização do mercado - 17 de junho de 2025: A saída de Trump do G7 aumenta a incerteza

Os mercados mundiais começaram o dia com o pé atrás, com o sentimento de risco a deteriorar-se ainda mais na sequência de uma atitude surpreendente do antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, que abandonou a cimeira do G7 no Quebeque mais cedo do que o esperado. A saída antecipada alimentou a ansiedade dos investidores, já agravada pelas tensões geopolíticas no Médio Oriente e pela incerteza quanto às trajectórias dos bancos centrais.

Petróleo bruto sobe com o risco do Irão

O WTI e o Brent subiram 1,5% e 1,8%, respetivamente, depois de Israel ter emitido avisos para que os civis evacuassem Teerão, aumentando ainda mais as preocupações com um conflito militar. A saída de Trump do G7, com referências vagas a "assuntos urgentes em casa", levou à especulação de que um novo envolvimento dos EUA pode estar em cima da mesa.

O petróleo Brent é agora negociado perto de $74,20, enquanto o WTI está de olho em $70,80, um nível não visto desde o final de abril.

Dólar ganha, rendimentos caem

O dólar americano continua a ser bem cotado, beneficiando de fluxos de refúgio, particularmente contra moedas de beta elevado como o Aussie e o CAD, ambos sob pressão. Entretanto, os rendimentos dos EUA a 10 anos caíram abaixo de 4,20%, com os investidores a entrarem nos títulos do Tesouro devido aos receios geopolíticos e antes da reunião do FOMC de amanhã.

O ouro mantém-se em torno dos $3386/oz, reforçando a tendência de risco.

Em foco: A saída de Trump do G7 - O que significa para os mercados

A saída antecipada de Trump do G7, juntamente com os seus comentários incisivos, rejeitando os apelos franceses a um cessar-fogo, abalou as expectativas do mercado de que a diplomacia poderia aliviar as tensões globais. A medida injectou uma nova incerteza no mercado:

- Mercados petrolíferos - sobre as expectativas de uma nova escalada com o Irão.

- Conflito Israel/Irão - Trump deu a entender que estão em jogo questões "muito mais importantes", reacendendo os receios de uma escalada e não de um desanuviamento do conflito entre Israel e o Irão.

- Bancos centrais - especialmente a Fed, que está agora encurralada entre uma inflação rígida e um novo risco externo.

Olhando para o futuro

Os mercados continuarão a ser altamente reactivos às manchetes de hoje. Espera-se que a volatilidade permaneça elevada até à decisão do FOMC de quarta-feira, em que o presidente da Fed, Powell, terá de equilibrar uma perspetiva de inflação hawkish com um cenário de risco geopolítico crescente

Conclusão:

Os mercados estão a navegar numa paisagem traiçoeira com múltiplos ventos contrários: escalada geopolítica, incerteza política e ambiguidade dos bancos centrais. Por enquanto, o caminho de menor resistência é para baixo para as acções e para cima para os portos seguros.

Seja cauteloso e observe as manchetes. A volatilidade parece estar apenas a aquecer.

Até à próxima, todos vós, negociem em segurança!

James Trescothick

Diretor de Estudos de Mercado e Análise de Mercado

Aviso de risco: Esta informação destina-se apenas a fins educativos e não constitui um conselho de investimento. Os mercados financeiros envolvem riscos e o desempenho passado não é indicativo de resultados futuros. Realize sempre a sua própria investigação e procure aconselhamento profissional antes de tomar decisões de investimento.

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